26 de jan. de 2025

Para a Camponesa


Querida,
Saudade da tua companhia autêntica,
dos teus olhos que veem o mundo
com tanta delicadeza e profundidade. 

Sinto o peso da tua ausência, 
enquanto estou rodeado de presenças 
que apenas ocupam espaço, sem substância.

Te contei o que me mais atrai na tua graciosa pessoa? É a capacidade de localizar beleza em sua essência. Se pudesse te encontrar agora, perderíamos a noção do tempo, compartilhando saberes e histórias até a exaustão. Como um passeio vespertino, nossos pensamentos se entrelaçariam, e adormeceríamos sob copas acolhedoras, embalados pelo sussurro das folhas ao vento. No entanto, preciso ser honesto sobre nossas incompatíveis realidades. Nossos caminhos, embora árduamente belos, não convergem. Tu és um oásis de tranquilidade, eu sou um trovão de verdades inclementes. A proximidade que anseio nunca florescerá como desejamos, assim como provavelmente não agrado vossa fé (sorrindo). Sempre estarei por entre noites e dias nublados, onde o vento, como fiel mensageiro, levará meus sentimentos até ti, de forma muito mais do que devida e recíproca. Mesmo que a brisa do tempo suavize minhas lembranças em teu coração, sei que guardarei tua imagem com ternura por todas as eternidades que eu tiver que suportar sem vós. 

A cada 17 de abril, Dia Internacional da Luta Camponesa, escutarei a playlist que criei pensando em ti, revivendo momentos e sonhos que se perderam pelo ar pulvorizador. Não mais construirei mundos imaginários para nós pois não suporto as quedas invisíveis da gravidade tóxica que percebo poder gerar em sua vida. Convenhamos, mereces uma parceria no mínimo "decente", e a minha decência se foi junto com a minha educação quando precisei lutar em batalhas de colossais dimensões constantemente infiltrado nas artérias do inimigo até perder a identidade (ou descobrir que nunca a tive). Deixo que o vento dance nossa esperança não correspondida. Te desencontro com saudade, sabendo que sempre carregarei um pedaço de ti comigo.

Com respeito e despedida,

Cássio.

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