Na penumbra, o poeta abraça o vácuo,
que se alastra feito névoa sobre um abismo mudo.
Cada estrela morta é um prego na sua carne,
e o firmamento, um espelho quebrado
onde o rosto some entre rachaduras.
A noite, vilã sem rosto, não consola.
Há um murmúrio nos cantos,
mas nenhum eco responde às súplicas
de quem busca consolo na garganta da escuridão.
Ela é musa e algoz, sempre distante.
que se alastra feito névoa sobre um abismo mudo.
Cada estrela morta é um prego na sua carne,
e o firmamento, um espelho quebrado
onde o rosto some entre rachaduras.
A noite, vilã sem rosto, não consola.
Há um murmúrio nos cantos,
mas nenhum eco responde às súplicas
de quem busca consolo na garganta da escuridão.
Ela é musa e algoz, sempre distante.
Perder-se em si é duelo perpétuo,
onde a espada é feita de lembranças
e o escudo, de silêncios autoimpostos.
Mas na solidão germina algo sutil,
não consolo, mas fogo:
a essência que se molda no caos.
E então, o poeta não encontra salvação,
mas constrói sua perdição como catedral.
Cada pedra, um grito.
Cada arco, uma lágrima.
O vazio é sua obra,
e a solidão, o mais fecundo dos combates.
No fim, não há saída:
o ser e a essência nunca se separam.
E é nesse enlace bruto e mortal
mas constrói sua perdição como catedral.
Cada pedra, um grito.
Cada arco, uma lágrima.
O vazio é sua obra,
e a solidão, o mais fecundo dos combates.
No fim, não há saída:
o ser e a essência nunca se separam.
E é nesse enlace bruto e mortal
que a criação floresce,
sangrando, mas viva.
(Cássio D. Versus)
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