25 de jan. de 2025

Drunkorexia


Há algo na presença dela que desarma meu eixo, como se o universo cedesse um instante para observá-la existir. Minha alma, antes sólida e dona de si, dissolve-se em fragmentos, cada um gravitando ao redor da essência que ela carrega. Quando seus passos se afastam, sinto um vazio que não ecoa; uma ausência que não apenas ocupa, mas consome. O corpo que resta é mera fachada, um invólucro ansioso, nutrindo a promessa do reencontro. É como se eu, inteiro, partisse com ela, deixando para trás apenas uma sombra faminta por significado. E, nessa espera, o tempo congela, aguardando o momento em que minha existência reencontrará o coração que levou consigo.


(Cássio D. Versus, 2018)


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