13 de out. de 2014

Sonho


Por noites sombrias, sem rumo, a caminhar,
Vagueia - pobre infortúnio - um ser audaz;
Busca, em vão, para salvar-se, a luz solar,
Volúpia de sonho, que tanto bem lhe faz.

Mas na esteira das vagas se perde o incapaz,
De um mar de angústias, e na frigidez polar
Das tristezas num deserto de cor lilás,
Sem jamais conseguir, e sem jamais tentar.

Tamanho desespero, um rio de luz avista,
Sobressaindo-se às nuvens da obscuridade,
E corre afoito para esse sonho egoísta.

Porém, ao chegar, ofegante, ao fim da pista,
Esvai-se entre seus dedos a oportunidade,
E nas tristes gotas morre a felicidade.


(Ricardo Miguel Tamura, São Paulo, 19 anos)

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