“Transmitir a Verdade” sugere que você a possui, que a compreendeu em sua completude. Uma posição arrogante disfarçada de virtude. Afinal, quem acredita ter a Verdade costuma, na prática, ter apenas uma narrativa bem polida pela sua experiência pessoal, ideologia, fé ou vaidade intelectual. Agora, o mais curioso é atrelar isso ao “caminho do amor”. Amor de quem? Amor romântico? Amor platônico? Amor próprio? Ou aquele amor cristão abstrato e genérico que serve pra tudo, mas não resolve nada? Muitas vezes, transmitir a chamada “verdade” é um ato de guerra - não de afeto. Amar, por sua vez, exige silêncio, escuta, dúvida - três inimigos mortais da ideia de verdade absoluta.
Na prática, quem jura transmitir a verdade por amor, frequentemente está impondo convicções pessoais em nome de um bem que o outro sequer pediu. E o mais cruel: pode fazer isso sorrindo, com ternura, enquanto sufoca lentamente a liberdade alheia. Talvez o mais honesto seria dizer:
Agora, deixe-me refletir:
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