Não dei flores, nem pão.
Não prometi céu, nem retorno.
Fui maestro da gangrena,
profeta de vísceras abertas.
Ensinei a dor — e continuo ensinando.
Não essa dor de poesia ou saudade barata,
mas a dor que mastiga nervos,
que enrosca na espinha como verme antigo.
Doutrinador de espasmos e choros mudos,
fiz da dor uma língua materna.
Não prometi céu, nem retorno.
Fui maestro da gangrena,
profeta de vísceras abertas.
Ensinei a dor — e continuo ensinando.
Não essa dor de poesia ou saudade barata,
mas a dor que mastiga nervos,
que enrosca na espinha como verme antigo.
Doutrinador de espasmos e choros mudos,
fiz da dor uma língua materna.
E quando alguém clama pelo fim —
ri, pois o fim da dor não é a paz:
é a anestesia da alma,
o coma da esperança,
a falência múltipla do sentir.
É um campo de batalha onde os gemidos cessam
porque já não há quem chore,
nem carne, nem nome,
apenas um silêncio que fede a morte não enterrada.
ri, pois o fim da dor não é a paz:
é a anestesia da alma,
o coma da esperança,
a falência múltipla do sentir.
É um campo de batalha onde os gemidos cessam
porque já não há quem chore,
nem carne, nem nome,
apenas um silêncio que fede a morte não enterrada.
(D. Versus)
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