Tu me chamaste de sol,
mas foste tu quem incendiou o céu da minha calma.
Tuas mãos escreveram meus versos no ar,
mas tuas promessas se apagaram antes de tocarem o chão.
O que houve entre nós não morreu —
ainda respira nos cantos empoeirados do meu peito,
como um cão velho que não entende o abandono,
mas ainda late quando escuta teu nome.
Tu falas da minha sombra em outros corpos,
mas eu...
Falhei.
Porque certas raízes crescem para dentro.
E sangram.
Ficaste com os nossos sonhos —
eu?
Fiquei com os restos:
os perfumes fantasmas,
as silenciosidades pesando mais que qualquer grito,
e aquela maldita música que toca
toda vez que finjo ter superado o inevitável.
E mesmo assim...
se um dia tua saudade aprender a pedir desculpas,
volta.
Nem que seja só para olhar nos meus olhos e ver
o que sobrou da abóbada celeste que tu escureceste.
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