Amor, quimera etérea e traiçoeira,
Que enlaça corações em dissonância,
Promete eternidade em consonância,
Mas deixa na alma a sombra derradeira.
Fortalece, é verdade, mas primeiro
Destrói a paz, sem dó nem cortesia,
Torna o ser escravo da agonia,
E ri-se do sofrer alheio, o arteiro.
Sortudo o que jamais conheceu teu laço,
Que viveu só de ser amado o encanto,
Pois amar é beber do fel e pranto.
Desencanto que anima o espírito escasso,
Um enigma do cosmos, tão profundo,
Que faz do céu um vasto mar infecundo.
(Cássio D. Versus)
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