26 de mai. de 2011

(14/08/1932)


Vinha elegante, depressa,
sem pressa e com um sorriso,
E eu, que sinto co'a cabeça,
Fiz logo o poema preciso.

No poema não falo dela
Nem como, adulta menina,
Virava a esquina daquela
Rua que é a eterna esquina.

No poema falo do mar,
Descrevo a onda e a mágoa.
Retê-lo faz-me lembrar
Da esquina dura, ou da água.


(Fernando Pessoa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uive à vontade...