22 de set. de 2023

1964





















Em becos sujos da alma, onde a noite é um vício,
caminham paixões clandestinas sem destino propício,
e seguindo os rastros de desencantos na escuridão
o amor igual fumaça se desfaz pelos ares sob ilusão.

No bar sórdido feito eu o copo testemunha a agonia
dos corações desfeitos presos na teia da melancolia,
as lembranças como lâminas afiadas cortam fundo,
deixando marcas na pele, na mente e no espírito imundo.

Ela, um suspiro no cigarro. Ele, um trago da bebida.
Fumando e bebendo solidão que se cansa da companhia,
olhares outrora incandescentes piscam agora brasas frias,
restos de um cemitério cheio de sóis e burladas utopias.


(Cássio D. Versus)
 

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