"Você é a simbiose curiosamente (im)perfeita entre um hooligan poeta com um ex-skin-head reabilitado. Me lembra o técnico de televisão por função (e exterminador de famílias nas horas vagas) Horace Pinker. Além do temperamento enunciado e apesar da tua densa afabilidade sinto-o perigosamente imprevisível do tipo de aparência afável porém com veneno agridoce nas pontas dos dentes que mordem ora por empolgação ora por selvageria gratuita... Você me parece daqueles que adoram arrebentar a camisa de força e destruir a própria pele pelo primeiro estresse... todas as tuas trevas estão em um quadro emoldurado pelo teu sorriso sardônico, com olhares perdidos que despertam mórbido interesse alheio, similar aos traços das loucuras faciais dos meus sociopatas fictícios prediletos. Odeio te amar, e amo ainda mais te odiar. Até prefiro." Ela me disse essa semana pelo WhatsApp. Acho que quis me impressionar comparando-me a um vilão caricato de Craven.
Em resposta acabei falando sobre Mitch Pileggi, "ilustre desconhecido", estudou Administração em Munique e no Texas depois de passar grande parte da juventude no Oriente Médio, ele e seu pai foram convidados a trabalhar a serviço do Departamento de Defesa. Viveu durante anos sob a tensão das guerras insaciáveis e revoluções caóticas. A violência permaneceu constante em sua vida mesmo quando migrou para a arte da tv e cinema.
(D. Versus, Diálogos no Balão)
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