23 de abr. de 2023

è vero


è vero que
sinto sua falta sem conhecer-te por completa
e me fascina a extravagante ideia
de calcorrear a minha vida escrevendo-te nela.

è vero que
somos casmurros ardorosos tristes e pomposos
cheios de mistérios nunca imbuídos que casam e rimam
fazendo Eros deslumbrar-se co'esses blandimentos nossos.

è vero que
estamos perdidos por entre nébulas de particulares paraísos
floreados de encontros que vão das lágrimas aos sorrisos
e quero cada vez mais sorrisos, gargalhadas e beijos concisos.

è vero que
perdemos os trens mas nos restaram as estações
e há muito em nossos cansados porém vívidos corações
a ser explorado um pelo outro com fé nas densas intenções.

è vero que
te prefiro em cores ao vivo suspirando minh'agridoce alma
te ouvir te cantar te trazer e ser levado com ou sem calma -
separar alguns anos para colocar nossas carências em pauta.

è vero que 
como disse o soneto XVII, "te amo sem saber como,
nem quando, nem onde", meu sonho se fecha com teus olhos
e brinco contigo como o vento e as folhas das árvores, feliz.

è vero que
tu desfila diariamente em minha mente e me sinto um psicopata
que não te encontra em ninguém e ninguém é você, e isso mata,
contra a minha vontade, -  que vontade de você-essência, eu-nata.


(D. Versus)

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