9 de nov. de 2014

Detenta Bíblica e o Meu Coração Moleque


"Amo o teu orgasmo. Parece a transmutação de alguma filosofia muito insana protegida pelo teu esquecimento. E adoro quando dorme por cima de mim logo após nossas horas calibradas. Me acostumei a vê-la como um minuto sádico em todos os meus sonhos incongruentes e complacentes. Poderia, por favor, evitar tamanha mudança que sinto estar prestes a correr o risco de acontecer, e manter-se intacta por todas as futuras estações próximas a nós dois? Sei que deixar fluir é o meu primordial mandamento. Mas não quero que te flua para longe. Não me importa o resto. Sou monstruoso, vampiresco, demoníaco, sei, mas... o resgate veio de ti, fique e mantenha minha mente perdida para que eu jamais me encontre mantido no campo de punições íntimas criado pelo crente ser no meu âmago há vidas atrasadas, ainda possuo esperança de escapar desta armadilha elaborada por mim mesmo antes de tornar-me humano. Uma dívida de eras que pretendo cabular, caso contrário a eternidade ainda seria pouco para pagar meus deveres. Minha salvação; meu coração moleque, apaixonado pelo que era esta criatura antes de tornar-se uma detenta bíblica. Quero a prosa das tuas mãos e o amparo dos teus pés, aquecedores, reparando fobias e paranóias. Somente a tua verdade me libertaria. (...) A imaginação reflete humildemente o painel externo do que vivemos. Sangrar na tua companhia seria desfrutar doutrinas. Somente tu seria capaz de amar um garoto morto que atravessou suas próprias correntezas, e desalmado, ergueu a bandeira da vida."

Para Milune.


(Cássio D. Versus / 2007)

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