Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
Ao invés de um lápis,
Eu empunhar uma arma.
Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
Ao invés de minh'alma,
Eu apertar um gatilho.
Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
Ao invés de versos,
Eu compor violência.
Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
Ao invés de papel,
Eu rabiscar corpos.
Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
Ao invés de tinta,
Eu derramar sangue.
Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
Ao invés de poeta,
Eu me tornar um sanguinário.
Perdoai-me Senhor!
Se amanhã
A minha revolta por justiça,
Não for apenas poema.
(Gênes Francelino de Alencar)