26 de out. de 2025
Druk de Thomas Vintenberg
25 de out. de 2025
New Blood
As I walk along I wonder
What went wrong with our love
A love that was so strong
And as I still walk on I think of
The things we've done together
While our hearts were young
I'm a-walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me
To end this misery
And I wonder, I wo-wo-wo-wo-wonder
O SALTO
A gente não tem como saber se vai dar certo. Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato -- pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente -- você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto –, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas.
Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar – você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas -- mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz.
Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não?
Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte -- quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo -- o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão --, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.
22 de out. de 2025
19 de out. de 2025
Headlights One
11 de out. de 2025
Sexto Andar do Prédio ao Lado
o próprio destino.
E tu vieste.
Sem pedir licença,
colaste teu braço ao meu,
deitaste a cabeça em meu ombro
como se já soubesse
que ali era o teu lugar.
“Roberta L.”, disseste.
E o nome ecoou em mim
como se me pertencesse.
Até o dia em que "A Viagem" no Vale a Pena Ver de Novo
Deságue
10 de out. de 2025
Infinito ♾️
Duplicada
9 de out. de 2025
Outro Duplo
Soltem-me
Quero andar só,
sem companhia, sem conselho,
sem ninguém pra me esperar na volta.
Quero andar e cair,
andar e perder o rumo,
andar e me assustar de noite.
Soltem-me, por favor,
que já fui muito amada,
muito olhada, muito cativa.
Quero aprender o gosto
de estar comigo só,
e ver se me suporto.
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
“Vai carregar bandeira.”
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza
e ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos —
dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.
Lirismo Reflexivo
8 de out. de 2025
4 de out. de 2025
Começando meu Grimório de Fé

