13 de out. de 2024

Acima da esperança jaz a minha cura


Disseram que meus transtornos comem várias horas dos meus dias. Nunca havia pensado dessa forma. Não tenho a chave, ou a identidade, só lembro de um nome que uso nos submundos pérfidos com cheiro de idosos banhados a talco, passeio por muitos lugares, algo que pretendo controlar, só pela piada. Quero ter acesso aos remédios do baú do tio Manuel. Como pode o amor machucar mais que a própria dor? Essa frase nem me parece correta, devo voltar a estudar melhor o Português. Ou apenas voltar aos velhos livros aproveitando a decepção momentânea com a sétima arte. A tua esperança me eleva, como tens tanta força? Corais vastos. Não nos afogamos. Acendam todas as luzes, nada poderia escurecer mais seus interiores. Vejo os demônios, anjos, outras forças que nem me atrevo a tentar descrever, a batalha está tão alta que esqueceram de nós, armaduras, escudos e espadas chovem. Quando larguei a violência de minha natureza Jesus entregou-me uma espada e disse "Lute, volte às arenas, não tens sangue o suficiente em vossas mãos", orei por meses tentando entender. Não fosse lama, e sim gelo, mera curiosidade. Amanhecendo um cenário novo, quase dois anos neste balão em direção ao Redentor. 

Cristo, bem humorado, cantou, sorridente: 
"E quem conversaria comigo
Tendo seus desejos tão facilmente?
Assim vejo a tristeza como amigo,
e a recompenso com o cargo de gerente."


(D. Versus)

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