17 de nov. de 2020

A Meia-Noite das Matérias


Não bastaria segurar a minha mão, ou assinar em minhas retinas e tímpanos vãs filosofias de um quintal decomposto abaixo da essência e acima do corpo. Não basta massagear-me as tensões, enervamentos, ou disparar metálicas flechas "auxiliadoras" no meio do meu cérebro infalivelmente sôfrego, carregando cruciantes pesadelos através do escopo. Ajoelham-se os pretéritos, violam-se os verbos, arraigam venenos na receosa terra dos focos displicentes onde almas servem de escravas convenientes para um futuro dissoluto cujo cheiro corrosivo sinto escapar da imaginação, a mondar, desfigurar e ufanar-se de suas próprias trevas. Mergulhamos na escassez do sentimento enquanto nos alimentamos de desinformação "necessária". - Fatia a carne e vende a alma! Se doer, ainda estamos vivos, neste caso, mantenha a calma.


(Cássio D. Versus)

2 comentários:

Uive à vontade...