16 de mar. de 2018

Sangues de Março


O ardiloso veneno das suas veias
deposita-se em meu espírito -
a cada mordida no teu pescoço
é na minha alma faustosa a ferida -
incinerando estruturas e texturas,
a calcinar visão, treva, ferro e fibra,

Amo a substância que absorvo
quando meus dentes perfuram
seus ombros, ventre e dorso,

energia de
vítima disfarçada,
preparada para seduzir
o vampiro na encruzilhada -
das tuas pernas, dos teus lábios,

armadilha esta nunca exposta
em garra, concha, pedra ou palma...

Como pode veneno,

tal jubiloso veneno,

conduzir-me a tanta paz e tanta calma?


(Cássio D. Versus e Vitória Cristina)

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