8 de ago. de 2011

Frio Recanto


"Ah, amor meu vagando por outros prados... 
Encontrei-te ontem, bem pressentiu, era um eclipse lunar... 
A sombra da escuridão infinita onde corações pulsam sem sangrar.
O reflexo da tua face pálida. 
Outonos se passaram e as folhas secas quebraram os meus pés nus 
vagando entre ventos, nosso lar aos ares. 
E os cacos de cristal que ferroaram juntos 
fizeram morrer uma libélula sagrada sem a tua presença,.. 
(...) a desmaiar mais e profundamente em um sono ininterrupto. 
Sei que tu em teus bravos momentos de encontro 
via as névoas que emanavam dos cálices de vinho que estavam à tua espera. 
Mas, ah! Eles me tragaram a dormência 
e padeço agora segurando a rosa que me deste, 
a qual os espinhos queimaram minhas mãos. 
Recolha-te ao frio recanto que me concebeu o insólito em chamas. 
Una teu fio de prata ao meu, destino outros não conseguiriam suportar. 
E as gotas d’água percorrerão nossos corpos unos. 
Em cinzas, romperiam flores celestes em meu peito vazio.

Agonizando, beijos!


Para Cássio, ma petit."

Liessa D. Nora (Março de 2008).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uive à vontade...