"Sumiu do alcance de meus olhos por esses dias. Algum fato inoportuno o acometeu? Imagino que muitos, como suponho ser o costume. Mas, de tudo apesar, encontra-se na tua peculiar serenidade? No fim é o que importa, não? Nada o abala pois tens a convicção de ser certo ou de estar no caminho que escolheu. Mal posso imaginar tuas inquietações intemperadas. Agradeço o teu cuidado ao poupar-me desses dissabores da existência, mas saibas que também tenho vários. E estou aqui. Com bons presságios e momentos, posso dizer. O que não é traduzido ao esquecimento dos (des)amores que o passado já me agraciou. Sabes minha opinião. Essa instituição
é mesquinha demais para pôr-me adentro e tragar meus sentimentos à
corrosão das regras e cotidiano insustentável. Serei esta que vos fala e
beija, talvez sempre, se quer saber... sempre a ousar mais e mudar,
mas a essência permanecerá orientando-me como minha natureza, a
natureza que eu adotei, não aquela bruta arraigada no interior da
humanidade crua. Preciso estar livre para fazer-me feliz o suficiente a
ponto de fazer outros felizes também. (...) Desconsidero a ironia pois sei que se ver o que ao meu redor chove em ruínas guardaria a saudade que a ti grita intensamente para um contato mais profundo, em um local protegido para a posterioridade, com atenção dedicada.. (...) Para ti prefiro me permitir ser aberta a intimidade, longínqua por tempos.. (...) Sofrimentos a mim também, mon amour. Saudades imensuráveis. Mas na tal situação em que me encontro quase que se torna difícil escrever até mesmo esta carta. Queimei parte da casa e agora sob cinzas me abrigo, praticamente. Sei que entende. Loucuras de noites e noites e madrugadas e manhãs cinzentas, desoladas.. (...) Cuide-se, e tentarei fazer o mesmo, não além do necessário.
'Perdoe os meus erros que eu aceito os teus pecados.'
Suas próprias palavras, ma petit, me estimulando sempre...
Amo-te."
De Liessa D. Nora e Cássio D. Versus (Março de 2007).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Uive à vontade...