E agora, aqui está ele — na beirada do abismo, olhando o nada como quem reconhece um velho conhecido. Chamavam de “o primeiro passo”, mas ele, sempre do contra, procurou avidamente pelo último.
26 de jun. de 2025
Primeiros Últimos Passos
Milady
Les astres saignent quand tu tournes les yeux,
Et mon cœur, cet infirme, danse sans terre.
Es-tu lumière ou feu pieux des cieux menteurs ?
24 de jun. de 2025
Tristão e Julieta
Sinopse: Em um continente reconstruído sob leis afetivas e taxas por envolvimento, Tristão dedica-se a restaurar lembranças extintas — um técnico de recordações expurgado do afeto - enquanto Julieta, contraventora lírica, distribui emoções impressas em folhas clandestinas. O encontro entre ambos ocorre numa plataforma de neutralização sentimental, mas algo falha: eles se afeiçoam. Caçados por autoridades sensoriais, cercados por dependentes de serotonina ilícita e sabotadores passionais, os dois embarcam numa jornada por entre os escombros da última hemeroteca viva. Trocam carícias em códigos esquecidos e selam pactos com tinta orgânica, cientes de que o sentimento entre eles é o último arquivo impossível de ser apagado. Tristão e Julieta é uma odisseia distópica, visceral e poética - onde amar é crime, e morrer por alguém é o ato mais revolucionário.
— Crítica Rádio MAC
— @AmorIlegal (Influenciadores banidos de 3 países)
23 de jun. de 2025
Algum Tipo de Amor
que invada a mente e cale o ranger
que beba do meu caos sem me corrigir
que durma vampira e acorde sem perceber
e ria d'um mundo morto só pra me ouvir
um amor que não peça pedigree
nem CPF, nem promessas de eternidade
que me deseje torto, febril, sem verniz
e me aceite em versão de calamidade
um amor que me olhe quando não valho
que me salgue quando adoço demais
que se embriague do que eu espalho
e nunca se despeça nos temporais
um amor que more na fresta da alma
22 de jun. de 2025
Kimila Ann Basinger
20 de jun. de 2025
Anjo de Má Reputação
19 de jun. de 2025
Voa Quem Pula
18 de jun. de 2025
Magnifique Marion
16 de jun. de 2025
Italianinho
15 de jun. de 2025
Suzanne
Ébano
Tu me chamaste de sol,
mas foste tu quem incendiou o céu da minha calma.
Tuas mãos escreveram meu nome no ar,
mas tuas promessas se apagaram antes de tocarem o chão.
O que houve entre nós não morreu —
ainda respira nos cantos empoeirados do meu peito,
como um cão velho que não entende o abandono,
mas ainda late quando escuta teu nome.
Tu falas da minha sombra em outros corpos,
mas eu...
eu tentei te arrancar de mim com a mesma urgência com que te amei.
Falhei.
Porque certas raízes crescem para dentro.
E sangram.
Ficaste com os nossos sonhos —
eu?
Fiquei com os restos:
os cheiros fantasmas,
os silêncios pesando mais que qualquer grito,
e aquela maldita música que toca
toda vez que finjo ter superado.
E mesmo assim...
se um dia tua saudade aprender a pedir desculpas,
volta.
Nem que seja só para olhar nos meus olhos e ver
o que sobrou da abóbada celeste que tu escureceste.
(D. Versus)