11 de set. de 2024

ecos da penumbra


isolacionismo?

o que enfrentou em marés enfrentarás também entre as nuvens

- já possuiu uma árvore por simples diversão?
- não, mas soube que é mais difícil do que feito com pessoas.

um deus que nos tente a fraqueza
enquanto a cura nos testa inerte em orações
uma inocência que para nada nos serve.

o fogo purifica, o frio revigora,

o erro não é agir mas analisar a ação
(pelo menos para gente como nós)

sangrando demais a ponto
de sujar todo o quarto
e é bonita a escapada
nesse momento radiante
escorre escarlate

não demora tanto para o silêncio adotar um voluntário

o instante em que a escuridão se comunica
a alma suplica conexão

observo as janelas dos minúsculos apartamentos
apontadas para o corredor
subo escadas e ouço gritos
prazer ou pavor, sempre confundo.

forte o sabor de um murmúrio doloroso
enquanto os meus dentes queimam
a carne macia e gelada do teu pescoço.

aposto que um dia voltarei a este bairro
para encontrar os fantasmas que deixei no esboço.


(anotações aleatórias encontradas em um caderno de 2005)

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