Som de toque de recolher passando pela rua, guerra invisível.
Não há trombetas, nem gritos, apenas o vácuo de um aviso mudo,um decreto fantasma que atravessa portas cerradas,
penetrando o silêncio de quem já se acostumou a não existir.
Na penumbra das janelas, olhos espiam a ausência de movimento,
como se o próprio ar tivesse sido condenado à imobilidade.
O tempo não pesa—escoa, evaporando destinos,
enquanto as sombras se estendem, fingindo não ver.
Quantos pés já marcharam sob ordens inaudíveis?
Quantas vozes se calaram antes mesmo de aprender a falar?
A noite engole perguntas que ninguém ousa fazer,
e o vento, cúmplice da história, apenas leva consigo o que sobra.
...
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